Os mudos bebem água?

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Continua sua caminhada pela asa norte.Meu Deus! Que calor!

Esperamos que o calor seja ao menos inspirador, não te remete ao sofrimento?

Sede? Raiva?...Talvez os três...E o meu preferido, sem dúvidas, é a Sede.

A sede te deixa sem palavras, a boca fica seca e mesmo que você esteja em um mar de idéias perfeitas e harmonicamente arquitetadas, é mais cômodo calar.

Calar e conceder é tão cômodo que já virou ditado popular e, cá entre nós, péssimo ditado.Pra onde foi parar aquela velha regrinha nunca generalize”? Eu não posso mais ter o direito de ficar em dúvida? Não posso mais ter a opção de me abster de comentários?

sábado, 20 de outubro de 2007

Bem de perto ela fala

Reproduza a voz cansada.

Reproduza a voz amarga.

E bem de perto ela me fala.

Reescreva um livro empoeirado

E dos contornos dê um traço.

Tudo belo, nada fácil, linhas tortas de um diário.

Lave a roupa já manchada, com firmeza amarrotada.

E reproduza a sua mágoa, distribua a sua raiva.

E clame o mel da voz amarga.

Telha

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Para Ela, é tudo muito simples, atravessar o rio amazonas em uma telha.Ela fará isso, com certeza fará isso quando o rio desaguar em Brasília, fundindo-se ao lago Paranoá.

Para Ele, isso não passa de um sonho, todos sabem que o rio amazonas jamás passará pelo cerrado e, se passasse seria sugando pelas leguminosas do inferno.

O que eles tem em comum?A telha.Cinza e resistente telha, que já suportou cada tempestade.Que já assistiu momentos de paixão tão fortes quanto as correntes manauaras.

A telha é sem dúvidas, uma dádiva.

Aos domingos, eles plantam ventos em seus jardins.

Ás segundas, ela escolhe a dedo o cardápio da semana.

Terça, a telha nada vê. Quarta.A telha é limpa, encerada e bem tratada.

Quinta.Todos contam as horas.

Sexta a noite só voltam ao sábado

Sábado.É feita a colheita.

E lá está a telha, os protegendo, de novo, da tempestade.