Flores

sábado, 12 de maio de 2012


De tantas delas, pedi só uma
De tantas rosas do teu calor
Então é de dor que por ti sucumbo
É por não ter uma pétala do seu amor

E na janela senti seu cheiro,
Como que veio da fina flor
Me provocar com esse teu jeito
De quem desatina a minha dor

Inebriado e em desespero,
Me dei ao cálice dos beijos teus
Mas as tuas flores tem todos donos
E a boca tua não me acolheu

Me dei aos brotos de girassóis
Me dei aos ramos das oliveiras
Me dei de corpo à tantos lençóis
E a alma minha à ultima centeia

Que me queima, me arde, me ferve em alarde.
De não te ter, de tantas delas. E de não ser, de tantos seus.
É do amor que a rosa nasce. É da escolha que me perdeu.

M.P.

sábado, 4 de setembro de 2010

Dividendos sentimentais são que nem medidas provisórias,
elas trancam a pauta e você não consegue escrever nada que não seja sobre elas.
então ficam lá, esperando, precisando, clamando por serem votadas.
e essa coisa de ser humano, realmente, me irrita. Ser 'humano' é se sentir impelido a fazer
coisas que seres humanos fazem, mesmo você sabendo que é uma merda fazer.
e fazer é o que separa a potência do ato, certo?
o complicado é que tem certas coisas na vida que não são nem potência, muito menos ato.
uma árvore, por exemplo, é ato de uma semente, e a potência realizada da chuva, sais, u.v.a., u.v.b., amônia, nitrobacters, h2o..., ... . Já tem certas coisas da vida...
tem certas coisas que não tem antes nem depois, elas simplismente aparecem, e parecem que sempre estiveram lá, e não são potência de nada- além de sí mesmas. Por isso, não tem pra onde ir. Essas coisas só ficam esperando pra serem votadas, trancando a pauta de todo o resto que tem na gente, todo o resto que vai pra algum lugar. Mas, sério, eu cofesso que tenho medo de votar sim ou não.. e acho mesmo, também, que não vou pra lugar nenhum.

a poesia prevalece

domingo, 1 de agosto de 2010


Assustado,

Escapou só, o sustenido amargo
Serpenteando entre os ouvidos
Rastejando entre os colares
E puchando forte(!)
o que cada cacho esconde,
o que cada pergunta fura,
E o que cada desejo zombe:

Era a poesia que a boca geme
E que a cada verso, me desmanchava.
E prevalecia sobre a dor da vida
E que por entre os panos era entoada

Pela menina que costura o vento
Que da boca de mel, me desfaz em melaço
Dona dos olhos que no meu firmamento
Me olha no corpo e me treme no laço.

"Eu presto atenção no que eles dizem mas eles não dizem nada"

sábado, 29 de maio de 2010


Yeah Yeeaaah

Se tudo passa, talvez você passe por aqui
E me faça esquecer tudo que eu vi
Se tudo passa, talvez você passe por aqui
E me faça esquecer.....

acho que não tenho mais idade pra isso.
isso de escrever do que eu não entendo,
as vezes penso em um livro, de título "Oque eu penso sobre as coisas da vida e do mundo"
Mas, auto lá, nem sei do que me toca e nem toco do que me faz.
E nada disso é crise de identidade, conduta, superioridade. Isso é coisa pequena, que meche comigo de forma tão grande, que começo a pensar que a estrutura toda tá errada.
Daí tem-se um quê de realidade, parir um livro no mundo, que propaga erros por aí, falta de respeito com quem lê.
Bem, também não pensaram nisso quando me largaram no mundo, falando por aí; e sei lá se a responsabilidade é da obra ou do criador, sei só é que, as vezes é bem melhor não ser um livro.
Livro, quando não se tem cuidado, se pode abrir de mais, rasgar, sujar. Já à mim...tudo oque sangra e faz doer.. já nem me preocupo com isso. Alma não tem jeito mesmo, se suja, se lava e se rasga. Mas só da pra ver mesmo é quando o alcool passa.

e tudo passa.

uma cabeça, um mundo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010


Me lembrar, mesmo que só um pouco, que eu ainda estou aqui, dentro dessa carcaça de ossos, carne, pedras nas mãos e mãos atadas em pedras.. Porque, em verdade, de nada serve o dito e o feito, o escrito e o lido, se no fundo de cada um, de cada outro, não tem um único rabisco de onde rabisco nenhum, nunca jamais deveria ter saído.
E é daqui:

É complicado, é um mundo, é escuro, desanimado.
É torpe e torto, sem tato e toque e, mesmo assim,
compreende o fato. Que te entende, e te complica,
e os mundos giram desenfreados.

 Pois é fato certo, e sempre completo,
Como é um toque sempre ao teu lado

Bang Bang

sábado, 15 de maio de 2010

Em poucas palavras, em um silêncio total,
Bang bang, I shot you down
E em dois ou três olhares, quase que carnal,
Bang bang, you hit the ground
Um tapa de mágoa, um corte fatal
Bang bang, that awful sound... 
E a gente se apega à essa coisa mortal....

Bang bang, I used to shoot you down.
Quando, em verdade, vos digo:
 Bang bang, he shot me down
nada mais cruel, nada mais sem sentido,
 Bang bang, I hit the ground
que deixar de queimar uma única pedra
Bang bang, that awful sound
se o castelo já não fornece mais abrigo.
Bang bang, my baby shot me down


A vida é bela e o....

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooohhhh
Oooo ô!
O que acontece é que se a gente para de pensar nas coisas, é que nem... sei lá.
Já parei de pensar faz tanto tempo.
Tem que ter coragem pra fazer isso, isso de pensar.
Sempre e sempre.
E sempre que eu tento pensar nas coisas de novo, parece tudo muito chato e tudo muito nada especial.
E é estranho, porque eu sempre me achei muito especial.
Na verdade, eu me achava O analista, aquele que fica na platéia do mundo, no camarote, olhando lá de cima, nas nuvens. e isso me dava o direito de analisar, rotular,
catalogar.
E foi então, que, não sei porque, não sei como, eu tive que descer de lá de cima e começar a viver. hoje, quem sabe, outro alguém deve já ter me catalogado, analisado, medido, pesado.
E realmente não me importo. Essa coisa de viver é mais difícil que pensar, nossa, bem mais. Pensar não dói, viver sim...e se a gente tenta pensar e viver ao mesmo tempo... tenso, Porque não sei com você, mas comigo, da vontade de gritar.
Sinto que tudo está invadindo o meu espaço, sinto até que a tela do computador está invadindo o meu espaço. Tudo oque é luz e tudo oque é macio, espinhoso, oleoso, tudo assim, vindo pra mim e eu não sei se sigo com eles, se paro, se vou na direção contrária.
Acho que essa coisa de vibrar em outras freqüências já deu, mas ... ah. Sei lá. Daí eu olho aqui pro lado, tem os meus óculos, pego neles, olho pra tela e me sinto na obrigação de escrever. Tipo, porque eu não consigo mais? Isso é um absurdo.to começando a achar que tem algo em mim ocupando o lugar que o assunto a ser escrito deveria estar
Mas essa coisa é tão ruim ou me da tanto medo, que eu não consigo escrever. porque é como sempre acontece, quando se fala, quando se escreve, tudo vai pra profecia do mundo.
E apesar de o mundo ser bão, Sebastião, ele vai escolhendo de uma e uma, de duas em duas, as suas profecias e jogando na minha testa, parece que ele pega o 4 de paus, da uma lambida e cola na minha cara, gritando TRUCO LADRÃO.
-q
o mundo é assim. Tenso.
Mas eu gosto.
Tem uma música que fala alguma coisa e depois tem tipo um backing vocal dizendo “but i like it”. Não tem?
De vez em sempre eu ouço inside my head alguma música que fica gritando I DON’T CARE, acho que é do green day, mas não lembro direito qual é.
Talvez uma que tem uma moça de cabelos vermelhos, branca, daí o vocalista do green day parece que briga com a mãe e sai de casa e encontra essa dos cabelos vermelhos, que está vivendo numa comunidade punk estranha que fica na estrada sob um viaduto (?), daí britânicos, daí eles tão no supermercado punk onde rola uma porrada no estacionamento e daí o Billy joe Armstrong começa a tomar porrada, e corta pra uma cena do quarto da mina bebendo e pulando na cama e rola um “I DONT CARE, que, puta que pariu, da vontade de realmente don’t care’ar-se pra tudo e todos”.
É quase, disse quase, como quando a Natasha do capital vê que o mundo vai acabar e ela só quer dançar. E quando o mundo vai acabar, porque o paraíso não pode ser um comprimido? Acho digno.