terça-feira, 29 de abril de 2008

E entre os 20 segundos, do 5º ao térreo, me olho no espelho e me sinto mais velho.

O Caminho de jamelões. Parte2.

domingo, 27 de abril de 2008

Horário de verão.Dia longo.Alguém com uma cesta de flores e um alguém sentando em um banco de praça:

— Segredos compartilhados? Defina segredo.

—Meu mundo restrito.Por que seria tão interessante assim?

—Informação nunca é de mais.Já que não posso entender as que vêm de mim, ficaria feliz em surrupiar as suas.É envolvente, o de sempre é envolvente, ou não seria o de sempre.

—Você não passa de um frustrado.Vem cá, quanto tempo não coloca essa carniça fétida pra funcionar?

—Qual das carniças?

—Há, até parece que conseguiria diferenciar os membros das pernas com os dedos da mão; Se mate logo.Menos um no mundo pra beber dos rios do Brasil.

—Me mato, mato sim.Mas se, e somente se, você me prometer cada uma dessas rosas no Campo da Esperança.Vala comum de amanhã.Entrarei pra eternidade, junto com O Flanelinha, o lavador de carros, o Pinga-Fogo e o Bactéria.

—Feito.

—Antes de consumar o fato, pode me fazer um favor?

—Diga lá, moribundo.

—Uma rosa também para aquela menina com um lenço na mão.

Calçada.Rua.Carro.Sangue.

Isa, sua rosa vermelha e seu lenço na mão.

Quanta sorte.—Pensou ela: “No verão é muito raro encontrar uma rosa assim, provavelmente deve ter sido cultivada em estufa. Ah, se eu tivesse estudando mais na escola...Poderia exaltar meu ego recitando cada parte dessa flor.Ou ainda, poderia exaltar o romance, se soubesse em que época as rosas eram românticas.Provavelmente nunca foram, convenção de um retardado e aceitação das meninas moças do séc passado.”

O mundo acabou, então vieram alguns poucos amigos. Era festa na casa ao lado.Havia beberes e comeres. Apagaram-se as luzes.Subitamente. Nada mais veloz que o fim do mundo.

O Caminho de jamelões. Parte1.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

E cai, dorme, enlouquece e sonha:

Um bloqueio me esconde certas verdades, uma defesa vasta.

Você não tem idéia do que é acordar com uma tempestade á sua volta, não tem idéia, pois nunca viu uma, e se continua me dizendo que viu é porque não temos mais nada para conversar.

Vamos aos fatos, a dor.Repetida é maior, da calmaria á gradação, um susto na retina convergente.Um choro.Há tempos que não choro, inveja do mar.

Se nós pudéssemos fazer com que todos provassem, se nós, se nós.Eles provariam da tempestade, sem calmaria, sem susto, sem conversão.A dor em sua essência.Bela.

Eis a história de Isabela:

Caminha de leste a oeste, pois lhe disseram que o mais belo dos Sois se encontra lá, ela se engana, ir para o norte não é à muito tempo uma opção.Isa é assim, assim como um peixe sem linha transversal, ela perdeu a sua na busca doentia por certeza, e agora, ela é tudo e tudo nela é incerto.

O tempo, que espaça a doce menina da mulher amarga, ensinou-lhe uma das maiores verdades, talvez a única que se confirmará em sua vida.

Nessa altura da caminhada, ela sabe que os Homens são sim todos iguais, salvo aqueles que não se consideram Homens, esses não passam de prepotentes.Isa sabe sim, e vai provar que compartilhamos das mesmas vontades, vaidades e muitas vezes, dos mesmos segredos.

Os meus, eu há muito compartilhei com Isa, e ela calou.Já os dela, não podem calar, eles gritam em mim, me ameaçam, me degeneram pela boca, são tantos que ocupam o meu cérebro, preciso passar o fardo adiante e uns prepotentes viriam bem a calhar.

Bitolado

sábado, 5 de abril de 2008

Ela oscila de vale em vale, por entre as ondas de mais alta freqüência, sem saber o porque do procurar.São tão pequenas, mas sabe-se que o limite de sua função é a essência do infinito.

Argumentos, para um ser nada mais que complexo, exprime meus ângulos racionais, todos reais, do horizonte ao abismo de uma variável.