sábado, 18 de julho de 2009

Hoje eu pensei ( na verdade eu sonhei) com a possibilidade de não fazer mais parte da vida de algumas pessoas.
Acho que o sonho foi motivado pelo fato da hortênsia ter me chamando ontem pra sinuca: Eram lá quase perto da meia noite, e ela me ligou, desde que eu tinha voltado do cursinho pra pesquisar os horários e pensar no que eu vou fazer nesse semestre, eu tinha ficado com a roupa de sair de casa, em cima da cama, permitindo que os comerciais invadissem meu mundo, sem serem convidados, queria mesmo era ver som e fúria, tinha a esperança de que algo lá me tocasse, do que ficou da mini série, ontem foi “ a vida é tão cheia de som e fúria, e mesmo assim não significa nada”. Então, hortênsia me ligou e eu fui andando até a 102, pensando no som e fúria. Sim, a vida é feita de som, mas fúria(?!), não tem, realmente, espaço pra fúria dentro de mim, existe a melancolia, saudade, solitude; mas fúria? Pra que serve fúria?...Chegando na dois, imaginei o que eles fariam pra disfarçar a minha não aprovação no vestibular, imaginei as caras e bocas que fariam pra me fazer pensar que nada aconteceu, como as pessoas que se julgam bons amigos fazem. Julgar: habilidade de muitos, responsabilidade de poucos; e (d)isso, eu já me cansei. Não consegui perceber as caras e bocas, pareciam indiferentes, como se já esperancem que eu não fosse passar, as vezes parece que as pessoas torcem pra que você continue na fossa com elas, como se o no fundo,ecoasse a voz do subconsciente “ainda bem que ele não passou, posso continuar sendo um fracassado sem passar pelo juízo de valor alheio”...amigo não é quem disfarça e te ajuda a fingir que os problemas não existem, amigo é quem te apóia quando tudo desaba.
Não existe um curso de como ser um bom amigo, acho que isso perpassa as percepções humanas, esses pormenores da vida, parecem que vem com a gente mesmo: Saber quando é a hora de calar, de dar a mão, de ouvir ou de ser ouvido, acho que realmente isso nasce com a gente mesmo...Enfim, essa conclusão não durou mais de 2 min para ser finalizada, e então eu me disse “dê uma chance, pare de ser bossal, seja humilde e entenda que suas verdades, por serem verdades, estão bem aquém do certo, e a sua certeza não tem funcionado até agora, então, entenda e participe. –ok, Diogo interior, positivo e operante. Eu vou para sinuca...”.
Entramos no carro e fomos. Tudo muito igual, como sempre. Entrando na quadra pra estacionar o carro, vi o noriuki, e ao lado dele, de cabeças raspadas e passando mal de tanto beber, deveria ser Pablo e Arthur, todos da minha série do colégio, se formaram comigo e vão se formar na faculdade antes de mim(no curso que eu quero), bem, mérito deles, logo: demérito meu(?)...talvez sim, talvez não.. ainda não parei pra pensar nisso, mas vou. Minto, tenho uma opinião formada a respeito, vagando pelos meandros da minha cabeça, mas falar, palavra por palavra, tornaria toda a tese substancialmente verídica, e não quero ter mais isso pra me incomodar.
Então o carro foi estacionado, fomos até a sinuca. Todo o lugar, que eu freqüentei tantas outras vezes, poderia ser definido como desnecessário; não o lugar físico em si, e sim, o conjunto da obra. Desnecessário por ser exagerado, a música alta de mais, a fumaça sufocante de mais, as roupas agressivas de mais; parecia que todo mundo lá disse antes de sair de casa PQP, SEXTA A NOITE, TENHO QUE SAIR, BEBER PRA CARALHO E FAZER ALGO SUPER DESCOLADO (usar o termo “descolado” não é descolado).Dá-se aí; jovens com caras, cabelos, gestos e palavras agressivas, tendo seus tímpanos agredidos pelos auto falantes descomedidos - e é nessa hora em que eu me pergunto "quê que eu to fazendo aqui?". Se eu me pergunto, eu me respondo:
▬ Não sei, inventa qualquer coisa e vai embora. Você pode ainda caminhar até em casa, no frio da madruga, sempre bom pra pensar na vida.
E voltando pra casa que me deparei com a possibilidade de não fazer mais parte da vida de algumas pessoas. Quanto tempo alguém pode me esperar?... por quanto tempo é possível manter uma amizade artificial?
As pessoas até te esperam, um ou dois semestres; e então, elas percebem mesmo é que você não vem. Quando duas pessoas estão juntas, fazendo escolhas e vivendo juntas, suas atitudes são moldadas umas nas outras, cada ato, cada gesto passa pelo crivo alheio, e a cada escolha que se assemelha a uma atitude companheira, dá-se a forma e a cor, em perfeita harmonia. O que a distância faz? O contraste! ; que pinta alguns quadros, que cativa alguns espectadores, mas mesmo assim, não comunica, não alimenta a alma, enfim. O quadro onde a finalidade é o principal.

7 rabiscos:

Bibi Ávila disse...

Nós estamos muito acostumados com as amizades de colégio. Se ver todo dia, sair toda semana..
Mas quando a gente cresce e trabalha e tem filhos... é diferente! E vc tem amigos mesmo assim!! Meus pais têm amigos de décadas. Se encontram de vez em quando e tudo mais.
É diferente, claro. Mas, as necessidades também são diferentes. A gente não tem mais aquela ânsia de dividir cada mínimo detalhe. E nem fica pensando que a amizade se foi a cada separação que dure mais de 1 mes.
As amizades ainda vão ser como as de colégio por um bom tempo.. que talvez passe rápido demais. E depois disso, ainda teremos velhos amigos. E até alguns daqueles tempos. Não é porque o contraste existe, que a amizade não é verdadeira. Comunica sim, alimenta sim.
Sem contar que no fim (que não vai estar nem perto de ser realmente o fim), tudo o que vamos querer é uma boa conversa no café da esquina.
E acho que posso chamar isso de amizade.

Toligadovestdinatos disse...

Texto fantástico...transparente em forma, conteúdo e autoria.

Elias Guerra disse...

Não entendi porra nenhuma huahuahua
zuera, bom texto de desabafo. Há pontos que renderiam discussões eternas, mas pra que serviriam? hauuhauhauh

cada um com sua verdade, respeitando a do outro. Dificil julgar/deixar de julgar a tudo e a todos a todo momento.

Issae, continue na confusão, se você para de pensar na/sobre a confusão... tudo vai ficar ainda mais confuso auhhuahuahu tipo isso que eu to falando agora U.U

;) disse...

Mas aí... Qual a fossa que vc acha que eu compartilho com vc? hauahauahau



Sabe o que eu acho?
Mau humor ;)

Vc pode me chamar de incopreensiva, que eu ainda acho que minha compreensão é essa e faz sentido...
Amizade de colégio pra mim sempre serão

Anônimo disse...

Vou tentar dizer, passo pelas mesmas situações que vc.

Eu tenho amigos. Amigos-amigos e artificiais também. E a cada semestre, ano, mês, fico esperando por um amigo-AMIGO ou AMIGA-AMIGA que me faça sentir segura, me sentir 'de verdade';
No cursinho é sempre assim, todos estudando como camelos, mas cada um de olho no outro para ver se ele está com mais 'conteúdo' ou com mais 'horas' de estudo... AO mesmo tempo que tem a parte da irmandade, tem a parte: olho por olho, dente por dente e as cabeças vão rolar.
e eu penso: 'o que eu to fazendo aqui'...
E tbm rola a pressão de vestibular, de pessoas, de tudo o mais...

Ai me desculpa, sempre que tento falar de mim me enrolo toda. Mas espero que entenda, é comum não só a voce.

Te desejo força para estudar como um camelo esse semestre.;)
Desculpe a pergunta: vc está pretendendo prestar o quê?


UM beijo! Fique bem!

Anônimo disse...

Só mais um coisa:

Pensar é um ato, sentir é fato.

Tenta se apegar ao agora, e também ao fato de que sentir é um fato.

:*

Poeta Idealista disse...

O Pablo e o Arthur são meus amigões, fiquei extremamente feliz quando eles passaram e eles estudaram muito. Minhas amigas querem medicina, estudam pra caramba e ainda não passaram. Vestibular é um saco! Mas muita gente batalha em condições piores. O negócio é levantar a cabeça. Nessas horas é bom ter amigos, mesmo aqueles que não sabem o que dizer em certos momentos. E as amizades do cmb são as que mais prezo. Fiquei um Tempão sem ver meus amigos, mas quando reecontrei não fiquei constrangida sabe, a amizade foi a mesma de anos atrás. As coisas mudam, nem sempre pra pior, mas acho que se preocupar demais às vezes é bobagem.